sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vamos brincar de poesia?




Convite
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio,pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?

(José Paulo Paes)


BIOGRAFIA DO POETA COM ETERNA ALMA DE CRIANÇA

José Paulo PaesPoeta, ensaísta, jornalista e tradutor, José Paulo Paes nasceu em 22 de julho de 1926 em Taquaritinga, SP. Transferiu-se para Curitiba em 1944, onde conviveu com vários intelectuais da época, dentre eles o poeta Glauco Flores de Brito e Dalton Trevisan. Iniciou sua carreira literária com o livro O aluno.
ilustração da capaRetornou a São Paulo em 1949, e após trabalhar em uma indústria farmacêutica, iniciou sua carreira como editor na Editora Cultrix, onde permaneceu por mais de vinte anos. Autodidata no aprendizado das línguas inglesa, francesa, italiana, alemã, espanhola, dinamarquesa e grega, dedicou-se à tradução de vários autores de literatura fantástica, poesia erótica e poetas gregos modernos.
ilustração da capaNo início de sua carreira como editor, aproximou-se de Cassiano Ricardo e do grupo da poesia concreta, chegando a colaborar na Revista Invenção e partilhar de algumas idéias sob a óptica do humor e do laconismo da economia verbal, recursos que usou para tornar mais acurada a ponta satírica de sua poesia.
A partir de 1984, José Paulo Paes passa a escrever também poemas lúdicos para o público infanto-juvenil, trabalhando com conceitos em dicionários. Para ele "a palavra é o brinquedo que não gasta, pois quanto mais se brinca com elas mais novas ficam".
José Paulo Paes faleceu em 9 de outubro de 1998 aos 72 anos.ilustração da capa
Algumas obras: O aluno (1947); Cúmplices (1951); Novas cartas chilenas (1954); Mistério em casa (1961); Resíduo (1973); Calendário perplexo (1983); É isso ali (1984); Gregos e baianos (1985); Prosas seguidas de odes mínimas (1992); A poesia está morta mas juro que não fui eu (1988); De ontem para hoje (1996); Um passarinho me contou (Premio Jabuto 1997); Melhores poemas (1998); Uma letra puxa a outra (1998); Ri melhor quem ri primeiro (1999); O lugar do outro (1999).













Vamos brincar de poesia? Um convite irrecusável! Quando o aceitei nunca mais parei de admirar a capacidade que as crianças tem de se apaixonar por este gênero literário.

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